Especial
Dengue:
Bromélias:
o que fazer?
Antes
de tratarmos do tema bromélias e dengue, é importante
lembrar que as bromélias não são os criadouros
preferenciais do Aedes aegypti. A água com sedimentos
orgânicos ou com matéria em suspensão não
é a preferida por este mosquito. Em seu habitat natural - as
matas -, as bromélias fazem parte de um complexo sistema ecológico,
no qual, a água acumulada nas rosetas ou tanques exerce um papel
fundamental para a sobrevivência de inúmeras espécies.
Ao ser trazida em massa para o mundo urbano, como resultado da recente
"febre das bromélias no paisagismo" (responsável
também pelo aumento da colheita predatória que causa uma
grave ameaça para o equilíbrio ecológico das matas),
esta planta passa a exigir um mínimo de atenção
para que possa viver neste novo ambiente, que não é o
seu.
Ameaça muito pior que as bromélias são as milhares
de embalagens e garrafas plásticas jogadas nos terrenos e quintais
das cidades (resultado de hábitos de consumo descompromissados
e da falta de educação ambiental); são as centenas
e centenas de pneus descartados no ambiente, enfim... o assunto rende
muito.
Preocupada com a situação, a Sociedade Brasileira de Bromélias-SBBr
realizou em 20/02/2002, na sede da entidade, no Rio de Janeiro, uma
reunião para discutir o problema da dengue. Em nota divulgada,
a entidade afirma: "Já não é mais hora de
se ficar discutindo se as bromélias são ou não
focos de larvas do Aedes aegypti. Todos na SBBr sabem que as
bromélias não são criadouro preferencial. Mas,
com o avanço da moléstia, à mercê de um enorme
descuido das autoridades de saúde ocorrido há algum tempo,
a ordem agora é enfrentar o mosquito e não deixar que
as bromélias sejam estigmatizadas e transformadas em bodes expiatórios.
Se a população quer ter suas bromélias em segurança,
é um direito de todos".
O presidente da SBBr, o engenheiro agrônomo Orlando Graeff, orienta:
"Nossa recomendação, contudo, é a de que as
bromélias sejam cultivadas com responsabilidade. Em tempos de
sexo seguro, utiliza-se a camisinha mesmo que se confie no parceiro.
Em tempos de dengue, vamos cultivar nossas plantas tão queridas
sem deixar que o mosquito chegue perto."
As recomendações da Sociedade Brasileira de Bromélias
são as seguintes:
-
Para poucas bromélias em casa ou no apartamento: normalmente,
estas plantas estão agrupadas em varandas ou sacadas. Neste
caso, devem ter sua água trocada pelo menos duas ou três
vezes por semana. A água deve ser entornada sobre a terra ou
longe dos ralos, para que possíveis ovos ou larvas não
proliferem nesses locais que são de comprovada periculosidade.
Regar as plantas com uma calda de fumo (fumo de rolo ou de cigarro
colocado em dois litros de água de um dia para outro ou fervido)
três vezes por semana. Também se recomenda duas vezes
por semana, a aspersão de todo o ambiente onde as plantas estão
com inseticida aerosol piretróide com propelente à base
de água (exemplo: SBP). É importante evitar aqueles
com querosene. Se possível, utilizar todas essas medidas em
conjunto para segurança total.
-
Para muitas bromélias em vasos ou plantadas no chão,
em jardins (prédios, empresas etc.):
Recomenda-se o inseticida natural comercial chamado Natural Camp (*ver
observação abaixo) que deve ser pulverizado uma vez
por semana. Não há perigo para animais domésticos
e para o homem. O fumo de rolo em infusão também poderá
ser utilizado na rega, três vezes por semana, tal qual no caso
das residências. Outra alternativa é a aplicação
de inseticidas piretróides comerciais, vendidos em casa de
lavoura ou lojas agropecuárias, com recomendação
agronômica. A recomendação ou receituário
agronômico leva à necessidade de se contratar empresas
de manutenção profissional que tenham técnico
agronômico responsável (para condomínios e empresas,
especialmente, esta é a recomendação da SBBr).
-
Para colecionadores e produtores de bromélias:
já realizam combate sistemático a pragas e, com isso,
aplicam inseticidas com freqüência. Não há
notificação de focos em qualquer desses estabelecimentos.
|