Curiosidades
sobre as Bromélias
Bromélias
viram a mata de cabeça para baixo
Exóticas
e donas de uma enorme diversidade de cores e tamanhos, as bromélias
definitivamente conquistaram seu espaço nos projetos de paisagismo.
E não é de agora que a planta ganhou destaque no Brasil
e no mundo. Um dos bons exemplos é o abacaxi, uma bromélia
que chegou à mesa dos europeus após a segunda viagem de
Cristovão Colombo à América.
Mas é na mata que as bromélias são imprescindíveis
para garantir o equilíbrio ecológico de toda a região.
E no desempenho desse papel eles são, realmente, incríveis.
"Nas florestas tropicais da América existem verdadeiros pântanos
suspensos sobre as árvores", escreveu um biólogo francês
depois da descoberta, para ele surpreendente: uma variedade enorme de
animais aquáticos, típicos habitantes de pântanos
e lagoas, consegue viver a 30 metros de altura, junto às copas
das árvores. Desde microscópicos protozoários e larvas
de insetos até pequenos vertebrados, como os sapinhos arborícolas,
sobrevivem naquela altura graças a pequenas quantidades de água
de chuva ou de orvalho acumuladas pelas bromélias. São poucos
os litros de água que uma planta dessas pode reter (com algumas
honrosas exceções, como a Vriesia gigantea, por exemplo,
que chega a conter 4 litros de água na roseta foliar), mas existem
centenas de milhões (isso mesmo: centenas de milhões) de
bromélias povoando os galhos das árvores em grandes extensões
de florestas. Na Mata Atlântica, em apenas uma árvore é
possível encontrar até quinhentas bromélias, cada
qual com enorme quantidade de seres abrigados entre as folhas. Somando
todas essas unidades obtém-se o que muito apropriadamente aquele
biólogo chamou "um pântano suspenso".
É grande a variedade de plantas que servem de criadouro para pequenos
animais, mas poucas conseguem hospedar uma fauna tão abundante
e diversificada como as bromélias. Suspensas nas árvores,
elas não abrigam apenas seres aquáticos. Em suas folhas
podem ser encontrados também inesperados habitantes do solo e até
do subsolo da floresta.
É que, além da água, uma boa quantidade de folhas
caídas fica retida pela bromélia e todo esse material se
decompõe lentamente, transformando-se num húmus muito semelhante
ao do solo. Ela serve de residência para aranhas, besouros, centopéias,
lesmas e até mesmo minhocas. Assim, não foi apenas o pântano
que ficou suspenso com as bromélias: elas levaram para o telhado
da floresta um pouco de seu chão e outro pouco do seu porão.
Do ponto de vista ecológico, as bromélias conseguiram, literalmente,
virar a mata de cabeça para baixo!
Fontes de pesquisa: SVMA-SP (Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
de São Paulo), Jornal O Estado de S. Paulo e Revista Superinteressante
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