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Fundamentos básicos
para a Acupuntura Vegetal II
No artigo anterior, vimos que, por analogia, existe uma "Lei de Correspondência" entre tudo e todos, sendo que, conforme citado anteriormente para alguns aspectos Yin e Yang, os "5 elementos" podem se corresponder, por exemplo, a 5 pontos cardeais, 5 planetas, 5 estações do ano, 5 energias, 5 cores, 5 sabores, 5 cereais, 5 frutas, 5 movimentos, 5 sentidos, 5 emoções etc., conforme o quadro de correspondência dos 5 elementos.
Por: Profª. Dra.. Maria Christina Gaviolle*
Este artigo foi fruto de pesquisas realizadas para o site Jardim de Flores - www.jardimdeflores.com.br Fui inspirada a escrevê-lo, quando li o capítulo sobre Acupuntura Vegetal, descrito no livro “Acupuntura - Elementos Básicos”, dos autores Ary Teles Cordeiro e Ruy César Cordeiro, conforme citado abaixo na bibliografia. Entretanto, gostaria de deixar registrado os meus agradecimentos, a minha admiração e homenagem ao idealizador de toda a metologia descrita, o Dr. EVALDO MARTINS LEITE, meu mestre na senda da acupuntura. Acredito que esta nota se faz necessária, pois lamentavelmente, tal autoria e reconhecimento também não consta do livro fonte.
QUADRO DE CORRESPONDÊNCIA DOS 5 ELEMENTOS
|
MADEIRA |
FOGO |
TERRA |
METAL |
ÁGUA |
Pontos Cardeais |
Leste |
Sul |
Centro |
Oeste |
Norte |
Planetas |
Júpiter |
Marte |
Saturno |
Vênus |
Mercúrio |
Estações |
Primavera |
Verão |
5a. estação |
Outono |
Inverno |
Energias |
Vento |
Calor |
Umidade |
Secura |
Frio |
Cores |
Verde |
Vermelho |
Amarelo |
Branco |
Preto |
Sabores |
Ácido |
Amargo |
Doce |
Picante |
Salgado |
Cereais |
Trigo |
Milho |
Centeio |
Arroz |
Feijão |
Frutas |
Ameixa |
Abricó |
Jujuba |
Pêssego |
Castanha |
Movimentos |
Nascimento |
Crescimento |
Transformação |
Recepção |
Conservação |
Sentidos |
Visão |
Tato |
Paladar |
Olfato |
Audição |
Emoções |
Cólera |
Prazer |
Reflexão |
Tristeza |
Medo |
Devido a essa inter-relação, o equilíbrio de cada um dos "5 elementos" depende do equilíbrio das outras funções que, entretanto, podem entrar em desequilíbrio se sofrerem agressões que acarretem na desarmonia do Yin e do Yang.
Segundo a M.T.C., "não existe doença, mas sim, doentes", "a doença não é a invasão, é a fraqueza que leva à invasão" e "todas as doenças vêm da energia". Ora, isso demonstra a integração entre todos os sistemas que, portanto, não devem ser considerados isoladamente. Esses ensinamentos são avaliados em 10.000 anos de evolução da M.T.C., portanto, devem ser estudados e respeitados.
Já que existe uma força de coesão e de inter-relação entre as coisas e os seres, as plantas também podem entrar em desequilíbrio se sofrerem, por exemplo, perturbações climáticas, excessos de agrotóxicos, contato com produtos químicos, traumatismos com rompimento parcial ou total da área afetada, adubação incorreta, plantio e colheita fora da época, queimadas etc.
No caso das perturbações climáticas, alguns fatores devem ser levados em consideração, tais como as características Yin e Yang existentes em cada estação do ano, bem como a ação das respectivas "energias" correspondentes.
Segundo a teoria do Yin Yang, não é difícil compreender o equilíbrio da polaridade nas estações do ano. O calor e o verão são aspectos Yang enquanto o frio e o inverno são aspectos Yin. Ora, na Natureza o crescimento da energia Yang começa quando a energia Yin está no seu mínimo, ou seja, no equinócio da primavera. Por outro lado, a energia Yin só começa a crescer quando a Yang estiver mínima, ou seja, no equinócio de outono. Os solstícios de verão e inverno representam, respectivamente, o pico máximo atingido pelas energias Yang e Yin na Natureza. Em outras palavras, a energia Yang começa a crescer no equinócio da primavera, atinge o seu pico máximo de crescimento no solstício de verão, inicia o seu decrescimento e atinge o seu pico mínimo de intensidade no equinócio de outono; a energia Yin começa o seu crescimento no equinócio de outono, atinge o seu máximo no solstício de inverno, começa a decrescer e atinge o seu grau mínimo de intensidade no equinócio da primavera, onde começa, novamente, o crescimento da energia Yang.
No caso das energias referentes a cada estação do ano e, portanto, a cada um dos "5 elementos", se elas apresentarem-se em excesso durante a sua estação correspondente, bem como em qualquer outra, passam a ser prejudicial. Assim, as energias vento, calor, umidade, secura e frio podem causar desequilíbrios, respectivamente, durante as estações primavera, verão, 5a estação, outono e inverno. Por outro lado, bastante frio na primavera, ou muito vento no verão, ou ainda, muita chuva no outono, são alguns exemplos da predominância de energias fora da estação correspondente, que também podem ocasionar sérios desequilíbrios.
Dentre as várias correspondências para a 5a estação, devemos ressaltar cada curto período de tempo existente entre a mudança das estações, em torno de 16 a 19 dias. Teríamos, portanto, a repetição da 5a estação quatro vezes ao ano.
Com isso, concluímos que se as plantas permanecerem em condições ideais de crescimento, elas não entrarão em desequilíbrio e não precisarão de nenhum tratamento.
Entretanto, vivemos num mundo bastante conturbado, que também acaba levando os seres humanos e/ou animais a vários desequilíbrios, inclusive com sérias complicações.
No próximo artigo, finalizaremos este assunto -Clique aqui
Bibliografia: AUTEROCHE, B.; NAVAILH, P. O diagnóstico na medicina chinesa. São Paulo: Organização Andrei, 1992. 420p. CORDEIRO, A. T.; Acupuntura e... São Paulo: Editora Ensaio, 1994, 95p. CORDEIRO, A.T.; CORDEIRO, R.C. Acupuntura - Elementos Básicos. São Paulo: Editora Ensaio, 1992, 121p. DE MORANT, S. Acupuntura, 3.ed. Buenos Aires: Médica Panamericana, 1990. 936p. GAVIOLLE, M. C. Modelo experimental para o estudo da interação entre acupuntura e o fenômeno regenerativo induzido em caudas de girinos de Rana catesbeiana (SHAW, 1802). São Paulo, 1999. 105p. Tese (Doutorado). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo. JAGGAR, D. History and basic introduction to veterinary acupuncture. Problems in Veterinary Medicine, v.4, n.1, p.1-11, 1992. LAO TSE. Tao te king – O livro do sentido e da vida. São Paulo: Hemus Editora Ltda., 181p. LIMEHOUSE, J.B. Oriental concepts of acupuncture. Problems in Veterinary Medicine, v.4, n.1, p.53-65, 1992. MATEOS TRIGOS, G.; SUMANO LÓPEZ, H. Medicina tradicional China, un reto para occidente. Veterinária México, v.21, n.4, p.377-87, 1990. SOUZA, H. J. Os Mistérios do Sexo. Rio de Janeiro: Associação Editorial Aquarius, 1995, p. 16-7. WILHELM, R. I Ching – O livro das mutações. São Paulo: Editora Pensamento, 1997, 16ed. SUSSMANN, D.J. Acupuntura teoria y páctica. 11.ed. Buenos Aires: Editorial Kier, 1995. 415p.
* A Profa. Dra. Maria Christina Gaviolle é: Biomédica; Acupunturista pela ABA – Associação Brasileira de Acupuntura; especialista em Acupuntura Tradicional pelo CONBRAC – Conselho Brasileiro de Acupuntura; Membro da Comissão de Acupuntura do Conselho Regional de Biomedicina em São Paulo – CRBM 1ª Região; Mestre e Doutora pela Universidade de São Paulo. Sua tese de Doutorado foi pioneira na sugestão de um modelo experimental para o estudo dos mecanismos de ação da acupuntura. Já ministrou várias palestras sobre acupuntura e ciência. É autora e co-autora de dezenas de trabalhos científicos apresentados em Congressos e de outros publicados em revistas científicas nacionais e estrangeiras.
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