Como
os transgênicos podem afetar a saúde:
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1.
Algumas plantas geneticamente modificadas recebem um gene de
resistência a antibióticos. É uma forma
de saber se a transformação foi bem sucedida.
2. Esse gene provoca o aumento da taxa de transferência
do DNA, ou seja, da facilidade com que pedaços do código
genético da planta passam de um organismo para outro.
3. Há um risco teórico de que as bactérias
do intestino humano absorvam esse gene, tornando-se resistentes
aos antibióticos. Aí, qualquer doença,
mesmo simples, pode se tornar um problema grave.
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1. Para se defender de agressores, a planta produz diversas substâncias
que podem ser tóxicas ao homem, provocando alergia.
2. Um único gene "alienígena" poderia alterar
o equilíbrio de várias dessas substâncias, aumentando
sua produção. Um estudo feito com soja transgênica
mostrou que ela é mais alergênica que a soja normal.
3. Como ninguém conhece todos os genes das plantas, alguns
especialistas afirmam que faltam estudos para avaliar a segurança
dos transgênicos.
Como
os transgênicos podem afetar o ambiente:
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1.
Boa parte dos chamados transgênicos de primeira geração
recebem um gene que os tornam resistentes a herbicidas e inseticidas.
Assim, podem receber mais agrotóxicos que o usual.
2. A quantidade exagerada de
veneno pode, teoricamente, criar ervas-daninhas e insetos extremamente
resistentes, que não poderiam mais ser combatidos pelos defensivos
agrícolas comuns.
3. Para evitar o problema, discute-se
nos EUA um sistema de refúgio de espécies. Ou seja,
o agricultor plantaria uma certa porcentagem (entre 10% e 50%) de
plantas não-modificadas para garantir o cruzamento entre
espécies de pragas e, assim, diminuir a reistência.
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1. Em lugares onde há
espécies agrícolas selvagens (como é o caso
do milho no México), o pólen de um transgênico
poderia fecundar espécies nativas, reduzindo a biodiversidade.
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Alvo errado:
1. Uma variedade de milho transgênico
recebe um gene de bactéria para produzir uma toxina mortal
para as pragas mais comuns da lavoura.
2. Acontece que essa toxina
é pouco seletiva: ela pode atingir também espécies
não-alvo, que habitam o milharal, mas não atacam a
lavoura. O caso é crítico no Brasil, onde há
muitas espécies desconhecidas.
Fonte:
Especial "Transgênicos" (Folha de S.Paulo, ago/2000)
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