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Cientistas
comprovam atividade elétrica em plantas
Experimentos
realizados no Laboratório de Física Aplicada e Computacional
(Lafac) da USP, demonstraram que as plantas possuem sinais elétricos
que podem, inclusive, ser medidos.
Nos testes realizados com a espécie Epipremnum pinnatum,
popularmente conhecida como jibóia (foto
ao lado), foram detectados sinais emitidos em pequenas
frequências, da ordem de microvolts. “Na verdade utilizamos
dois tipos de plantas, a Sansevieria trifasciata, conhecida como
espada-de-São Jorge e a Epipremnum pinnatum. “A
jibóia foi a que apresentou os resultados mais satisfatórios”,
conta a pesquisadora Paula Cristina Pécora. O trabalho feito por
Paula teve a coordenação dos professores Ernane José
Xavier Costa e Euvaldo Cabral Junior.
Atividade elétrica das plantas
Os experimentos para detectar e mensurar a atividade elétrica de
plantas tiveram início quando Cabral Junior teve acesso a um estudo
que comprovava a emissão de pulsos elétricos em células
de plantas.
“De acordo com a pesquisa, cientistas conseguiram medir potenciais
elétricos usando microagulhas inseridas nas folhas”, conta
Paula. A partir daí, o cientista teve a idéia de começar
os experimentos com plantas.
“Uma outra notícia que temos de um experimento semelhante
a este teria sido realizado na Alemanha, na Universidade de Munique. Lá,
os cientistas também analisaram o comportamento das células
das plantas mediante diferentes tipos de estímulo. Portanto, um
processo invasivo”, descreve o prof. Xavier.
Cabine blindada
Para a pesquisa, os cientistas construíram uma cabine blindada
especial, capaz de isolar a planta de qualquer outro sinal do ambiente.
Além disso, o processo de aferição foi totalmente
não invasivo. É que os pesquisadores adaptaram um aparelho
de eletroencefalograma (EEG) para os testes.
“Desde novembro do ano passado fizemos várias aferições
dos sinais. Ao mesmo tempo, construímos um circuito gerador de
ruído na cabine, o que possibilitou distinguir os sinais da planta
em relação ao ambiente mostrando que os sinais eram muito
diferentes do ruído”, explica Paula.
Para medir os sinais elétricos, os eletrodos foram colocados nas
folhas da planta. Em seguida foram processados, fora da cabine, por softwares
desenvolvidos no próprio Lafac.
Melhoria de plantas cultivadas em estufas
Esta pesquisa pode abrir o caminho para outras pesquisas na área
de botânica e para estudos de interesse agronômico, como avaliar
a resposta elétrica das plantas a certos agrotóxicos e produtos
similares, por exemplo.
“Podemos imaginar melhores maneiras de monitorar o comportamento
e a emissão de sinais de plantas cultivadas em estufas. Testar
quais os melhores ambientes, intensidades de luz, som, etc.”, avalia
o professor Xavier. Outra aplicação imaginada pelo professor
é a avaliação do comportamento de plantas de acordo
com fertilizantes ou defensivos agrícolas empregados.
Fonte: Inovação Tecnológica
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