Por que algumas plantas e pratos da culinária
são considerados afrodisíacos?

Flor-se-lis: seu rizoma reduzido a pó é considerado afrodisíaco

Essa é a questão discutida no livro "No Rastro de Afrodite - Plantas Afrodisíacas e Culinária" (Editora Senac São Paulo e Ateliê Editorial), escrito pelo botânico Gil Felippe. O autor analisa 400 espécies e mostra as razões pelas quais elas são consideradas afrodisíacas, além de apresentar algumas receitas culinárias que podem despertar os sentidos.

Afrodite, a deusa do amor, que emergiu do oceano em uma concha e abandonou o mar nas praias de Chipre, fazia uma planta nascer apenas com o toque de seus pés - o primeiro vegetal a surgir em seu rastro foi a romã. Com o tempo, as plantas criadas pelo dom da deusa passaram a ser veneradas como dádivas de Afrodite aos homens e conhecidas como espécies afrodisíacas. Essa é a lenda que se criou em torno de frutos, caules, bulbos e raízes que, cientificamente ou nas crenças populares, são considerados afrodisíacos.

Gil Felippe, Ph.D. em botânica (fisiologia vegetal) pela Universidade de Edimburgo (Escócia), se debruça em estudos de botânica para analisar cada uma das espécies de vegetais, mostrando sua origem, denominação, gênero, família e uso na culinária, na perfumaria ou medicina. Discorre também sobre as lendas e crenças populares que cercam essas plantas, além de mostrar receitas culinárias reunidas por ele durante os anos em que morou no Reino Unido e também depois, na volta ao Brasil. Algumas das receitas já foram testadas por Felippe e outras foram recolhidas de amigos e de livros e jornais.

Histórias curiosas que cercam algumas das plantas analisadas na obra:

Flor-de-lis - Diz a história que o rei Clóvis I da França, quando ficou encurralado entre as tropas dos godos em uma curva do rio Reno, perto de Colônia, observou rio abaixo essas plantas em flor. Sabendo que eram de águas rasas, percebeu que naquele local o exército poderia atravessar. Foi o que aconteceu e, em gratidão, o rei fez da flor seu emblema e tornou-a símbolo da França. Outra lenda diz que seu nome é corruptela de "flor de Luís" (fleur de Louis) em homenagem a Luís VII da França, que a adotou como símbolo heráldico na sua cruzada contra os sarracenos. Seu rizoma é fonte de um pigmento preto, e as flores, de um pigmento amarelo. O rizoma reduzido a pó é afrodisíaco para ambos os sexos.

Tâmara - A tamareira é considerada árvore sagrada e mágica há milhares de anos. No Egito, a tamareira era uma árvore sagrada, e a folha era símbolo do deus Heh, que representava a eternidade. Mais tarde, passou a ser símbolo de fecundidade, fertilidade e vitória. As tâmaras são usadas como doces ou para cobrir quitutes afrodisíacos. Os egípcios comem as tâmaras antes de fazer amor.

Fonte: No Rastro de Afrodite - Plantas Afrodisíacas e Culinária (Editora Senac São Paulo e Ateliê Editorial), escrito pelo botânico Gil Felippe

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